quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Patrimônio



debaixo
do asfalto quente
a cidade antiga dormita


por trás
do arranha-céu espelhado
há um sobrado
pendurado na memória


há um mercado velho
flutuando
entre construções
que brotaram de repente


o homem se torna
sem passado

o fantasma de si próprio


(22.2.17)

Âmago


a dor
que sinto
é enorme

- e
por isso
dorme


o vazio
que tenho
é infinito

- e
por isso
grito



(9.2.17)